Um dos aspectos diferenciadores da Paisagem da Charneca Ribatejana consiste na forte ligação ao rio Tejo, que está na origem dos solos de formação sedimentar detrítica do Pliocénico e Miocénico, associados a comunidades vegetais dominadas por sobreirais e montados de sobro.
Nesta vasta área, o foco deste Observatório incide fundamentalmente na área correspondente à Charneca Miocénica, a norte da ribeira de Sor e rio Sorraia, com especial ênfase na charneca do concelho da Chamusca.
Corresponde a um vasto território desfavorecido e de baixa densidade, onde se verificam transformações de cariz social, económico e ecológico, nomeadamente decréscimo demográfico, elevada taxa de envelhecimento, efeitos das alterações climáticas com redução da precipitação e riscos de incêndios rurais, associado à expansão dos povoamentos de eucalipto.
A unidade de paisagem Charneca Ribatejana encontra-se delimitada no estudo ‘Contributos para a Identificação e Caracterização das Paisagens de Portugal Continental que a descreve como “uma paisagem de carácter tranquilo, com relevo ondulado suave, a que está associado o montado de sobro e a baixa densidade populacional, reconhecendo-lhe identidade paisagística”. Abrange uma área de 5.070 km2 em 20 concelhos na transição do Ribatejo para o Alentejo (Chamusca, Alpiarça, Almeirim, Salvaterra de Magos, Coruche, Mora, Avis, Alter do Chão, Crato, Nisa, Gavião, Ponte de Sor, Abrantes, Constância, Benavente, Alcochete, Palmela, Montijo, Vendas Novas e Montemor-o-Novo).